São 07h21 da manhã, sendo que fui dormir às 2h. Acordei, novamente, cheia de ideias. Continuei brincando com as fotos e pensei:”Isso é relaxante mas é completamente diferente do canto. Curioso!”
O canto mexe com algo bem mais físico, que é a respiração. Como eu tentava dizer num vídeo, enrolando minha grandemente com o trava-línguas, it stabilizes blood pressure (estabiliza a pressão sanguínea) e é algo bem mais imediato. Enquanto a conexão com o presente do canto tem a ver com a fisicalidade do corpo, sentir os pés plantados no chão, sentir vibrações no peito, rosto, sentir mandíbula e língua relaxando, sentir seu corpo conectado e te apoiando (algo que seria bem “terra” – sentir, sentir, sentir), parece-me que as artes visuais, pela breve vivência que tive ontem com essa foto que tirei do meu piano, levam o artista a um nível de relaxamento mais mental, e exaltam um senso de criatividade bem de Netuno mesmo. É literalmente um relaxamento via técnica mental/visual em comparação com o físico/auditivo.
Eu ousaria dizer que é a diferença entre o ganhar confiança estando presente fisicamente, conhecendo o seu corpo e sentindo que ele está conectado, apoiando-o em todas as suas decisões; e o soltar ideias através de focar em pequenos detalhes de imagem, permitindo-se um devaneio partindo de estímulos visuais. É como se o canto gerasse um trabalho muscular e físico, dadas as suas vibrações, e as artes visuais gerassem relaxamento mental, devido ao soltar de idéias para conectar-se a um propósito.
As duas artes têm funções meditativas: uma físico/auditiva, sendo compreendida por respiração (relaxamento), vibração (massagem vocal de dentro para fora) e dicção (confiança em ter a habilidade de transmitir uma mensagem, através da linguagem); outra mental/visual, através de cores, foco mental e concentração. Algo que, por não ser físico, ousaria dizer etéreo, permite com que o artista perca a noção do tempo e fique horas a fio num estado alfa, desligando-se das suas questões do dia-a-dia.